O jornalismo esportivo esquece muito rápido as suas tragédias. O futebol catarinense tem sido constantemente marcado pela violência das torcidas dentro e fora dos estádios. No domingo em Criciúma, a mão de um torcedor foi perdida. Em anos anteriores em outras cidades foram vidas. Mas nada muda! A imprensa também não muda.
O tema da violência vai ficar em discussão nos próximos dias. As chamadas “suítes” (as repercussões da notícia) serão feitas, outras histórias serão lembradas, familiares entrevistados, especialistas ouvidos, sugestões serão dadas e assim o assunto vai morrendo novamente. Vai saindo da editoria de esportes e passando para a de polícia. Até que uma nova tragédia aconteça e tudo volte à tona.
Imagino também o jogo de empurra-empurra que veremos nos próximos dias. Uma torcida vai culpar a outra pela bomba. O clube e polícia militar vão discutir quem deixou quem entrar com uma bomba dentro do estádio. Tudo muito previsível.
Eu quero é indignação! Eu quero ver e acompanhar a punição dos responsáveis. Por onde andam os criminosos, quais as ações efetivas que são tomadas para que isso não se repita?
É claro que nada disso seria preciso se as pessoas fossem a um estádio apenas para torcer e se divertir. Mas sempre tem aquele “espírito de porco”, sempre tem aquele que não vai assistir ao jogo. Este “tipo” não precisa estar no campo. Quem não quer ver o jogo, quem só quer ficar de costas para o gramado berrando cantos de guerra (e eles são bem fáceis de serem identificados) deve ficar longe dali.
O jornalismo esportivo é muito bom, ágil e competente para promover eventos, incentivar os torcedores a freqüentarem os estádios, a apoiarem os seus clubes. Deve dedicar esta mesma competência para cobrar atitudes responsáveis e efetivas para banir estes criminosos.
A violência nos estádios é caso de policia sim, mas não deve ficar restrita a editoria de polícia. Aqueles que fazem jornalismo esportivo têm que cobrar, investigar e noticiar o problema com a mesma intensidade que noticiam as conquistas e glórias.
Também publicado em Notisul , Engeplus e UnisulHoje
Um comentário:
Tá certo! o importante e se indignar sempre. Não deixar que isso passe a ser mais um "detalhe" do jogo. Mas a natureza humana é muito complexa e, infelizemente, pessoas assim sempre existirão. Talvez mais acuadas, mas presentes.
Grande abraço irmão!
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