Calma, antes que me apedrejem, não vou comparar os dois estádios. Mas sou obrigado a comparar duas situações que na minha opinião colocam a imprensa em situações comprometedoras.
O estádio Saint Denis é aquele mesmo em que o Brasil perdeu a Copa de 1998 para a França por 3 a 0. Com duas cabeçadas (ele bem que avisou que era bom de cabeçada hein Materazzi) de Zidane. Dizem que perdemos a copa por causa de uma pane que deu no Ronaldo Fenômeno. Dizem!
Mas por que não sabemos até hoje qual foi o tipo de piripaque que deu no Ronaldo? Não temos a resposta porque ninguém da imprensa que estava lá para cobrir a Copa do Mundo se deu ao trabalho de esperar a delegação sair da concentração até o estádio. Com isso, ninguém viu se o Ronaldo foi mesmo ao hospital, ou se brigou com travestis (esta tese surgiu esta semana!).
A copa estava tão ganha que ninguém queria deixar de ver a final. Ninguém queria ficar lá, esperando o busão da seleção! Nem mesmo os focas de primeira copa. Todos queriam ver o penta. Todos queriam estar dentro do estádio.
A mesma pergunta vale para o estádio Aníbal Costa, do Hercílio Luz. Por que ninguém descobriu antes que esta parceria do time com o tal do Estrela Real era fajuta? E olha que Viamão é bem mais perto que Paris. Mas a resposta, pra mim é parecida. Porque ninguém da chamada imprensa esportiva de Tubarão se deu ao trabalho de ir lá ver se este Real era real mesmo!
Aí como ninguém investiga, checa, vai lá, para ter certeza de que esse pessoal é sério, ficamos na dependência da palavra dos diretores do Hercílio, que eu acho que também foram enganados nesta história toda. Mas a imprensa esportiva bem que podia ter descoberto tudo antes, e aí não ficaríamos neste blá, blá, blá, de que o time já estava treinando, que o time era fraco, que ia ser reforçado e tal e coisa e coisa e tal.
Enquanto os ditos jornalistas esportivos ficarem por aí se vangloriando que foram os primeiros a informar isto, ou que foram os únicos que estiveram em tal lugar, ou seja, ficarem se preocupando em dizer para os leitores que são melhores que a concorrência, vamos ficar sem jornalismo de verdade.
Porque jornalismo de verdade se faz desconfiando de tudo e procurando ir atrás dos fatos. Ficar sentado na frente de um computador esperando pelo release alheio ou pelo telefonema que cai do céu, não está com nada.
(artigo publicado também no Jornal de Bairro, de Tubarão-SC)
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